Onde Fala do Dízimo na Bíblia no Novo Testamento: Versículos e Lições

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A prática do dízimo é um tema amplamente discutido entre os cristãos, e sua relevância continua sendo importante na vida da igreja. No Antigo Testamento, o dízimo era uma prática claramente estabelecida, sendo um mandamento para o povo de Israel. No entanto, muitos se perguntam como o dízimo é tratado no Novo Testamento, especialmente à luz da Nova Aliança trazida por Jesus Cristo. Será que o dízimo ainda é uma prática obrigatória para os cristãos? Onde fala do dízimo no Novo Testamento?

Neste artigo, exploraremos as passagens do Novo Testamento que mencionam o dízimo, analisaremos seu significado à luz dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, e veremos como ele se aplica à vida cristã contemporânea. Vamos nos basear em versículos que falam diretamente ou indiretamente sobre o dízimo e entender como ele se encaixa na vida dos cristãos de hoje.

O Contexto do Dízimo no Antigo Testamento

Antes de examinarmos o dízimo no Novo Testamento, é importante entendermos como ele era visto no Antigo Testamento. O dízimo foi estabelecido como uma forma de sustento para os levitas, que não tinham herança entre as tribos de Israel e dedicavam suas vidas ao serviço de Deus no templo.

Em Levítico 27:30-32, encontramos a ordem sobre o dízimo:

“Todos os dízimos da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor. Se alguém quiser resgatar parte do seu dízimo, acrescentará um quinto ao seu valor. O dízimo de todo rebanho e gado, cada décimo animal que passar debaixo da vara do pastor, será consagrado ao Senhor.”

O dízimo era, portanto, uma maneira de honrar a Deus com os primeiros frutos da colheita e os animais do rebanho. Essa prática era obrigatória e era parte da Lei dada a Israel.

O Dízimo no Novo Testamento: Referências e Contexto

Agora, voltamos nossa atenção para o Novo Testamento. Embora o Novo Testamento não forneça tantas instruções detalhadas sobre o dízimo quanto o Antigo Testamento, ele aborda o tema de várias maneiras, especialmente no que diz respeito à generosidade, ao sustento da obra de Deus e ao espírito com que se deve dar.

1. Mateus 23:23 – A Repreensão de Jesus aos Fariseus

Um dos versículos mais conhecidos do Novo Testamento que menciona diretamente o dízimo é Mateus 23:23. Jesus estava repreendendo os fariseus por sua hipocrisia e por priorizarem aspectos menores da Lei, enquanto negligenciavam questões mais importantes, como a justiça e a misericórdia.

“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.”

Aqui, Jesus não condena a prática do dízimo, mas critica os fariseus por se concentrarem em detalhes minuciosos, enquanto ignoravam os princípios centrais da justiça e do amor ao próximo. O que podemos aprender com essa passagem é que o dízimo, embora importante, não deve ser uma prática isolada da vida cristã. Ele deve ser acompanhado por um coração dedicado à justiça, misericórdia e fé.

2. Lucas 11:42 – A Repetição da Advertência

Outra referência ao dízimo aparece em Lucas 11:42, onde Jesus repete a advertência aos fariseus. Esse versículo ecoa o que foi dito em Mateus 23:23:

“Ai de vocês, fariseus, porque dão o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras hortaliças, mas desprezam a justiça e o amor de Deus. Vocês deveriam praticar estas coisas, sem deixar de fazer aquelas.”

Mais uma vez, o dízimo é mencionado, mas Jesus enfatiza que o dízimo deve ser uma expressão de um coração justo e misericordioso. Ele não diz que os fariseus deveriam parar de dizimar, mas sim que suas prioridades estavam erradas.

3. Hebreus 7:1-10 – O Exemplo de Melquisedeque

Outro texto importante que menciona o dízimo no Novo Testamento é Hebreus 7. Nesse capítulo, o autor faz uma comparação entre Jesus Cristo e Melquisedeque, o rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque é uma figura misteriosa que aparece no Antigo Testamento, e Abraão lhe dá o dízimo após uma batalha.

“Agora, veja como esse homem é importante! Até o patriarca Abraão lhe deu o dízimo do despojo.” — Hebreus 7:4

O autor de Hebreus usa o exemplo de Abraão e Melquisedeque para destacar a superioridade de Cristo como sacerdote eterno. Embora o foco do capítulo seja a superioridade do sacerdócio de Cristo, a menção do dízimo de Abraão é significativa. Abraão deu o dízimo voluntariamente, não por uma ordem da Lei, o que sugere que o dízimo pode ser visto como uma expressão de fé e gratidão, mais do que uma obrigação legalista.

A Generosidade no Novo Testamento

Além das referências diretas ao dízimo, o Novo Testamento ensina extensivamente sobre a generosidade e o sustento da obra de Deus. Embora a palavra “dízimo” possa não aparecer com frequência, o princípio de dar é claramente enfatizado.

1. 2 Coríntios 9:6-7 – A Alegria de Dar

O apóstolo Paulo fala sobre a importância de dar com um coração alegre e generoso em 2 Coríntios 9:6-7:

“Lembrem-se: aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura também colherá fartura. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”

Este versículo não menciona diretamente o dízimo, mas fala sobre o espírito com que devemos dar. O dízimo no Novo Testamento, portanto, não deve ser visto como uma obrigação pesada, mas como uma expressão de generosidade e gratidão a Deus. Paulo ensina que devemos dar conforme determinamos em nosso coração, com alegria, e não por pressão ou compulsão.

2. 1 Coríntios 16:1-2 – Coleta para os Santos

Em 1 Coríntios 16:1-2, Paulo orienta a igreja em Corinto sobre a coleta de ofertas para os santos:

“Quanto à coleta para os santos, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, conforme a sua prosperidade, para que não seja preciso fazer coletas quando eu for.”

Aqui, Paulo incentiva a prática regular de separar uma quantia conforme a prosperidade de cada um. Embora não seja explicitamente chamado de dízimo, esse princípio de dar proporcionalmente à prosperidade é similar ao conceito do dízimo.

3. Atos 4:32-35 – O Exemplo da Igreja Primitiva

Na igreja primitiva, vemos um exemplo de extrema generosidade. Os cristãos da igreja primitiva compartilhavam tudo o que tinham, e ninguém passava necessidade:

“Da multidão dos que criam, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuía, mas compartilhavam tudo o que tinham. Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.” — Atos 4:32-35

Este exemplo demonstra que a generosidade ia muito além do dízimo. A igreja primitiva compartilhava tudo o que possuía, cuidando das necessidades de todos.

O Dízimo na Vida Cristã Contemporânea

Com base nas passagens do Novo Testamento, podemos concluir que o dízimo não é uma obrigação legalista para os cristãos, mas o princípio da generosidade permanece central na vida cristã. O Novo Testamento nos encoraja a dar com alegria e gratidão, sabendo que tudo o que temos vem de Deus.

Embora o dízimo seja uma prática benéfica, o que mais importa é o espírito com que damos. O dízimo, ou qualquer oferta, deve ser uma expressão de fé, gratidão e amor, e não algo feito por obrigação.

FAQs sobre o Dízimo no Novo Testamento

1. O dízimo é obrigatório no Novo Testamento?
No Novo Testamento, não há um mandamento explícito para os cristãos dizimarem como havia no Antigo Testamento. No entanto, o princípio da generosidade e do sustento da obra de Deus continua sendo incentivado.

2. Onde o dízimo é mencionado no Novo Testamento?
O dízimo é mencionado diretamente em passagens como Mateus 23:23, Lucas 11:42 e Hebreus 7:1-10. Nessas passagens, Jesus e os apóstolos abordam o dízimo, mas sempre em um contexto que valoriza o espírito de generosidade e justiça acima da simples prática legalista.

3. Qual a diferença entre o dízimo no Antigo e no Novo Testamento?
No Antigo Testamento, o dízimo era uma obrigação estabelecida pela Lei. No Novo Testamento, o foco está mais na generosidade e no dar com alegria, conforme o coração de cada um, e não como uma obrigação legalista.

4. O que Jesus disse sobre o dízimo?
Jesus mencionou o dízimo em Mateus 23:23 e Lucas 11:42, criticando os fariseus por se concentrarem no dízimo enquanto negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fé. Ele afirmou que o dízimo não deveria ser negligenciado, mas que deveria ser acompanhado por um coração justo e misericordioso.

5. Como devo praticar a generosidade no contexto cristão hoje?
O Novo Testamento nos encoraja a dar de acordo com nossa prosperidade, com alegria e generosidade. O dízimo pode ser uma maneira de praticar isso, mas o importante é que o ato de dar seja feito de coração, como um reflexo da nossa gratidão a Deus e do nosso desejo de ajudar na obra dEle.

O dízimo no Novo Testamento é uma prática que deve ser vista à luz da generosidade e do amor. Não se trata de uma obrigação legalista, mas de uma oportunidade de participar da obra de Deus com gratidão e alegria, contribuindo para o sustento da igreja e para o bem-estar dos irmãos.

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